FLN/SC

FLN/SC

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Poesia Marginal



'A noite, um gato branco cruzou o meu passar
A noite é escura
Fiquei com azar.'

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Normalidade insana.

"Te falei do filme porque o homem morre louco, como você" Hoje acordei pensando que não posso suportar isso por muito tempo, uma vida sem sal, que não gosto de dias iguais, que minhas loucuras de fim de semana não me satisfazem mais, que não quero me transformar na personagem da Clarice que não sabia que era triste porque não conhecia a felicidade, não é que eu não goste da rotina e da minha vida, gosto, mas quero mais. Quanto a ficar louco, é uma ousadia que só podem os ricos. Ainda assim não consigo me contentar com uma vida limitada, pensando em contas pra pagar, esperando pela sexta-feira, sendo feliz quando dá sem enlouquecer nunca, não serve pra mim essa vida "normal" que as pessoas levam.
 O amor era a unica loucura que me tirava dessa normalidade irritante. Amor? Como falar de amor, se você foi a unica pessoa que me fez chegar perto disso, e hoje nem nos damos mais bem, entre tantas idas e vindas, nos perdemos. Não tive a sorte de um amor tranquilo que me faria suportar dias pensando em contas no fim do mês, em guardar dinheiro pra viagem no fim do ano. O amor que me faria gostar dessas segundas, terças e quartas trabalhando e chegando em casa no fim do dia, e te encontrar, ter você ou alguma coisa de você. Amor foi a loucura mais bem paga de todos esses dias comuns, por me trazer uma intensidade insana. E agora o que sobrou? Eu mudei tanto, nem saberia mais amar como antes, me perdi, nos perdi em meio a dias normais, onde fomos parar? E de novo eu tenho a sensação que uma vida descontrolada cheia de amores e loucuras seria muito mais bem-vinda. Mas como ainda não vou sucumbir me deixem descansar a segunda que logo vem a terça..

terça-feira, 24 de abril de 2012

Outro ano que se vai.

 É isso mais um ano ta passando, como vocês devem saber não gosto muito de aniversários, nem de comemorar nada disso, nem acho que é uma coisa muito importante.. E mais nessa época do ano sempre me da uma depressão e começo a pensar em tudo que passou, e lembro da frase que diz que agora cada dia que passa não é um dia a mais, é um dia a menos.
Confesso que hoje não estou muito sentimental pra escrever isso mas vamos tentar. Eu queria agradecer algumas pessoas que fizeram parte desse ano, vamos ao que interessa então.

 Mananas, obrigada por me escutar mesmo quando não queria, quando queria falar mais que escutar. Por ouvir todas as minhas versões novas de uma velha história, mesmo não prestando muita atenção. Você é irritante, eu também. Você me atura, eu também.
 Naline, Obrigada por me perguntar quando já sabia a resposta, por querer escutar minha versão, e por tentar me entender, mesmo não entendendo nada.
 Camila, obrigada por precisar de mim quando você não suspeitava que eu precisava muito mais, pelas madrugadas me acompanhando nas cervejas, mesmo que só pq você estava isolada numa cidade no meio do nada e não tinha nada melhor pra fazer, por lembrar de mim nos EUA. E por fim, por ficar do meu lado quando eu menos merecia, e continuar a mesma.
 Bianca, apesar de você ter andado sumida por um tempo, obrigada pela amizade, pela mudança e pela confiança (isso é muito importante pra mim), pelos dias do bloco das excluídas, apesar de que só com você já estava sem graça, eu me divertia muito, bobona! Por me mostrar as cervejas importadas do shopping, pela companhia e por me entender. Por fim, mesmo depois de tudo, obrigada por continuar a "mal-educada" mais simpática do mundo.
 Flavinha, obrigada por me fazer rir quando você nem suspeitava que era o que eu mais precisava, por tentar me animar e me aturar com cara de bunda, e mais por me fazer treinar o francês.. haha
 Danilo, obrigada por me fazer contar e rir de todas as histórias dramáticas da minha vida. E por ter junto com a minha prima a filha mais linda do mundo, que sempre que eu estava mal vinha e dava aquele sorriso que sempre me faz bem.
 Diego e Melina, obrigada pela companhia nas noites de SP. Di, obrigada por precisar de mim pq toda vez que eu te dava um conselho eu falava pra mim tbm. Mê, obrigada por falar "excêntrica do jeitinho que a Caparica é.." adoro quando você fala.
 Mayara, obrigada por me fazer ver que não sou a única, e olha, tem gente muito pior viu! Por compartilhar a minha visão e minhas loucuras. 
Duda, obrigada por perguntar se eu estava bem, mesmo estando longe.

 Bom, é isso, vocês fizeram parte desse ano, lógico que muitas outras pessoas fizeram, mas não teria sentido eu colocar aqui.. Acho que cada um de vocês sabe o quanto é importante pra mim, sabe o quanto foi presente durante o ano, e porquê de estar aqui. Confesso que não é uma boa ideia escrever isso pra todo mundo, mas cada um sabe a importância que tem e teve. E é isso.

terça-feira, 13 de março de 2012

Um perdido.

Me perdi, não me encontro mais.
Procurei-me pelas esquinas, prédios e portos.
Não me encontro mais.
Perdi-me em alguma parte do caminho.
Por entre estações, sonhos, ilusões e desilusões.
Perdi-me, procurei em cada rua da vida.
Em cada caco de vidro eu estive andando a procurar.
Com esperança de achar algum pedaço.
Enquanto andava pelos vidros, meus pés sangraram.
Tive pedaços por todos os lados.
Em cada dia, em cada fase tinha um.
Agora não encontro-me mais.
Procurei na minha infância, procurei nos meus pais.
irmãos, familiares, amigos e falsos amigos.
Um pedaço de mim restou em cada.
Cada amor, cada dor.
Cada ilusão, cada sonho.
Cada felicidade, cada falsidade.
Cada agradecimento, cada esquina errada.
Cada erro cometido, por mim e contra mim.
Cada dia, cada lágrima.
Cada razão, cada perdão.
Cada sorte e cada morte.
Em todos os lados tinha um dos meus pedaços.
Mas não ousei pegá-los de volta.
Não pude me reconstituir nem me encontrar.
Esses pedaços e essas lembranças, fazem-me ser.
Sou intensidade, jogando-me fora a cada pedaço que deixo.
Por mais que despedaçada, perdida, quebrada e desconstruída.
Ergo-me todo dia como tem que ser.
E volto a procurar-me.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Quem é você?

Você, quem é você? Nem você sabe de verdade. Está no limite insuportável disso que chamam de vida. O que você mais queria agora? Esquecer tudo, acordar em qualquer lugar muito longe, sem lembrar todas essas coisas que fizeram ou fazem você se tornar o que ou quem é hoje. Sem medos, sem receios, sem pavor, sem fugas, sem dor, só tudo diferente, sem parar. Você quer parar de decepcionar as pessoas, muitas vezes de propósito antes que elas comecem a gostar de você, não passar mais do ponto quando for falar e fazer algo. Ter medo de demonstrar sentimentos, não precisar de carinho, isso tudo é tão clichê. Você já passou do limite a tempos, não é leve e fácil viver sendo você. Você quer outra vida, ser outra pessoa, se apaixonar por outras coisas, e tudo isso é tão absurdo. Quem sabe um outro lugar, México, Canada, Dinamarca ou Finlândia, quem sabe o que está a sua espera. Alguém te olhou nos olhos e disse, vamos deixar assim. E você deixou, você se deixou pra lá. E a cada dia você descobre que se conhece menos, se surpreende pra pior. Não, você não é uma pessoa ruim, mas não gosta do que vê. Ainda assim não pode perder o controle. Você só quer gritar, correr 130km e cair, se jogar de um avião, fazer qualquer coisa que não pode, brigar, pular, ficar cinco dias sem rumo, dominar o mundo. Qualquer coisa que você não pode e não tem agora. E você pensa, vida maldita, pq fui ser um desses animais domesticados, nem tão domesticados assim. Você, continua pensando, tentando afastar esses pensamentos, tentando se afastar de você mesmo. Mas vamos deixar assim, só é terça-feira, e você ainda não pode perder o controle.

sábado, 5 de novembro de 2011

Esqueça.

Essas fugas constantes. Você não encara nada, não se entrega a nada, não encara a infância. Tenta esquecer toda a sua vida. Vive mudando de lugar, mesmo sabendo que você vai te acompanhar onde for, não pode fugir de você. E uma única vez você se abriu, tentou ser sincero a algo, tentou se entregar de verdade, de acordo com o que sentia, te chamaram de falso na sua única vez verdadeiro. E você se afogou na própria intensidade. Isso te fechou de novo, voltou a fingir, falsos medos, falsas insônias, aventuras falsas. O que há de errado com você? por que tanto receio, promiscuidade, confusão? Você prefere não ver, fecha o livro sagrado das mentiras, da sua vida. A borboleta voa pra longe.

domingo, 18 de setembro de 2011

Sentimentos de domingo.

-É tudo uma merda. Ela disse, e saiu. Sem ao menos se importar com o que dizia.
Ela estava estática no mundo, tinha sorte porque as coisas aconteciam pra ela.. E se deixava levar. Estava vivendo, ou morta em vida, duas palavras distintas e que no caso dela significavam a mesma coisa. Não sabia quando tinha acontecido, quando parou de sentir prazer nas pequenas coisas, quando começou a ver banalidade nas coisas grandes, pequenas, em tudo, nas conversas, nas saudades, no amor. Não podia mais sentir, e ainda assim esse vazio doía. Não mais estava viva, era só alguém que ia e vinha. Assistia de longe sua vida, sem reação, sem confusão, sem intensidade, sem realidade. Não sabia mais o que separava o real da imaginação, enfeitava tudo com sóis intangíveis, o mundo podia ser bonito imaginado, mas não era real, não ardia. Sorria pras pessoas, porque era preciso, precisava ser como todas as pessoas no real assombroso da vida. Era feliz? Não sabia. Não sabia mais o que era sorrir com vontade, sorrir sem maldade, sem ironias, só porque a vida era boa, mas a vida não tinha sido boa com ela. Ou talvez ela que não estivesse aproveitando, não soubesse aproveitar. Não era inteira em nada que fazia, não terminava nada que começava, se ao menos conseguisse continuar qualquer coisa. E os dias começavam, continuavam e terminavam, ela lá assistindo. Ela sabia do fim, e era sem graça, sem vida, sempre a mesma coisa, sorrisos, bebidas, amigos, amor, conversas banais, filmes, livros, cafés, vazio e dor. Tudo acabava em dor, e aí o receio de começar algo.
Ficava indiferente, não parava pra pensar nisso. E mais um domingo se foi. Ela queria que essa dor a fizesse sentir algo novo, além do vazio, além do infinito ilusório. Raiva, ódio, paixão, esperança e... olha o amor aqui de novo. Que seja eterno, o que tiver que ser.
-É tudo uma merda. Ela disse, e dormiu.